19/01/2017

Pelo facto de se comunicar, Cristo converteu-se em crisma, unção derramada

Para motivar a reflexão e a oração, acolhendo uma sugestão de "Misa Dominical" (2017/2), propomos para cada dia da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos uma breve fragmento de escritos de alguns autores não católicos e para o primeiro e último dia oferecemos dois textos do decreto do II Concílio do Vaticano sobre o ecumenismo.

Segundo dia

«O Senhor é Cristo, quer dizer o Ungido, não porque tenha recebido um unguento derramado sobre a sua cabeça, mas por meio do Espírito Santo, de modo que se converteu em fonte de toda a energia espiritual para a natureza humana assumida por Ele. Não é somente o Ungido, mas a própria unção, como se diz: «O teu nome é perfume derramado» (Ct 1,3). Ungido desde o princípio e depois unguento. Enquanto não existia nada a quem a divindade comunicasse o que lhe é próprio, o Ungido era um unguento que permanecia em si mesmo; mas ao ter-se formado a sua carne bem-aventurada, que recebeu toda a plenitude da divindade (Col 2,9), à qual Deus infundiu o seu Espírito abundantemente e a quem infundiu toda a riqueza da sua natureza, então o azeite derramado na sua cabeça é com razão denominado crisma e assim o é. Com efeito, pelo facto de se comunicar, Cristo, o Ungido, converteu-se em crisma, unção derramada.

Nicolás Cabásilas
Ortodoxo bizantino do século XIV